“Não Despreze o Conselho dos Pobres”, uma citação de Thomas Helwys em seu discurso para o rei inglês, em seu livro Uma Curta Declaração do Mistério da Iniquidade, foi o título dado a uma conferência conjuntamente organizada pelo Seminário Batista Internacional em Praga e a Federação Batista Europeia. A conferência aconteceu de 30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2012 no STBI (Seminário Teológico Batista Internacional). Entre os oradores estavam Dr. Raimundo Barreto, Diretor do Departamento de Liberdade e Justiça da Aliança Batista Mundial, Elzbeta Kitanovic, Diretora do Departamento de Direitos Humanos do Conselho de Igrejas na Europa, principal advogada em direitos religiosos internacionais, Professor Malcolm Evans da Universidade de Bristol, Tony Peck, Secretário Geral da FBE e codiretor do Centro Thomas Helwys para o Estudo da Liberdade Religiosa, e Christer Daelander, que trabalha com direitos humanos e liberdade religiosa na FBE e representa a ABM no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. A conferência contou com oradores de dez países diferentes e participação de em torno de cinquenta pessoas representando pelo menos seis países mais.

Dr. Tim Noble, codiretor do Centro Thomas Helwys, afirmou que “Convencidos da centralidade da liberdade religiosa para a vida batista, o STBI e a FBE realmente queriam celebrar o 400º. aniversário de publicação do apelo pioneiro de Thomas Helwys pela liberdade religiosa.” Como um dos principais organizadores da conferência, Noble disse que a equipe de planejamento estava ciente de que a questão da liberdade religiosa não é uma coisa puramente abstrata, mas uma questão muito prática com que se deparam muitas pessoas, batistas e outras, ao redor do mundo. “Nós ficamos mais que deliciados com a maneira pela qual a conferência uniu a teologia e a prática e permitiu serem feitos contatos entre diferentes grupos e organizações. Houve uma troca verdadeiramente rica de ideias e práticas e certamente para mim, e eu penso que para outros, a conferência trouxe energia e entusiasmo e renovou o compromisso de trabalharmos na área de direitos humanos e liberdade religiosa e em reflexão sobre nosso relacionamento como cristãos com os poderes civis dos países nos quais vivemos,” concluiu Noble.

Quase quatrocentos anos depois que Thomas Helwys fez uma reivindicação ousada para sua época, pedindo que o rei respeitasse a liberdade de consciência de todos os seus súditos, a liberdade de religião e crença ainda permanece como um importante desafio no mundo. “Não poderia haver época mais adequada para lembrarmos a contribuição especial que Thomas Helwys e outros pioneiros batistas ofereceram ao desenvolvimento de um entendimento do conceito de liberdade religiosa para todas as pessoas e à relevância desse conceito para o florescimento das sociedades humanas modernas”, comentou Raimundo Barreto. Recentes relatos mostram que uma grande maioria da população do mundo (em torno de 70 por cento) ainda vive em lugares em que há significativas restrições sobre crenças e práticas religiosas. Esta conferência foi um exemplo de como os batistas, que historicamente têm contribuído para o desenvolvimento da liberdade religiosa, podem revisitar esse legado e sinceramente renovar seu comprometimento com ele em uma era em que radicalismo e extremismo parecem estar em alta.